Cuaderno de pantalla que empezó a finales de marzo del año 2010, para hablar de poesía, y que luego se fue extendiendo a todo tipo de actividades y situaciones o bien conectadas (manuscritos, investigación, métrica, bibliotecas, archivos, autores...) o bien más alejadas (árboles, viajes, gentes...) Y finalmente, a todo, que para eso se crearon estos cuadernos.

Amigos, colegas, lectores con los que comparto el cuaderno

martes, 26 de abril de 2011

"Gaviota que llega al viento...."


gaviota que llega al aire
y sueña cruzar la mar
esta noche cuando llegue
contigo voy a soñar
guárdame un nido de viento
y el ala azul de remar
desde lejos en la arena
nos van a ver navegar
mar y cielo con nosotros
¿para qué queremos más?
si tú me enseñas el aire
yo te enseñaré a cantar
travesía sin destino
y canciones sin final
gaviota que lleva el viento
ya sueño cruzar el mar


1 comentario:

  1. ... CANTO A TRÊS VOZES...


    Nesse nunca


    Nunca se pensa que virá um dia
    em que essa idade como bruma fria
    será a que teremos; todavia

    nesse nunca está já ela contida:
    se o pensamento desconhece a vida,
    dela recebe o sangue da ferida


    Gastão Cruz


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    Pequenos trabalhos de domingo


    não saio antes
    que tudo esteja pronto

    a loiça a escorrer na cozinha
    o aspirador cheio
    a varanda lavada pelo dia
    o rádio em off

    nessa hora em que
    a noite se aproxima devagar
    do meu rosto
    escrevo poema nenhum
    falta-me língua

    sento-me num banco do jardim
    mais próximo
    onde (que perfeição)

    nada acontece


    Miguel-Manso



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    Consoantes átonas


    Emudecer o afe[c]to português?
    Amputar a consoante que anima
    a vibração exa[c]ta
    do abraço, a urgência

    táctil do beijo? Eu não nasci
    nos Trópicos; preciso desta interna
    consoante para iluminar a névoa
    do meu dile[c]to norte.


    Inês Lourenço

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