En la fundación Juan March |
Centro de Arte Reina Sofía |
un vaso de agua transparente y pura
sobre una mesa de abedul lijado
posa el silencio del lugar vacío
en la penumbra del atardecer
nada se mueve nada suena nada
no hubo emoción al disponer aquello
como cristal que sin colores alza
fragilidad y quïetud tejidas
para refugio de un silencio urdido
contra la luz con que las lluvias vienen
cuando la voz y el movimiento alcanzan
sobre una mesa de abedul lijado
posa el silencio del lugar vacío
en la penumbra del atardecer
nada se mueve nada suena nada
no hubo emoción al disponer aquello
como cristal que sin colores alza
fragilidad y quïetud tejidas
para refugio de un silencio urdido
contra la luz con que las lluvias vienen
cuando la voz y el movimiento alcanzan
el remolino de pasión que surge
a cada paso que avanzamos mientras
todo se agita sin cesar y muere
Carlos Canales |
¿La has visto ya?
ResponderEliminarhttp://tinyurl.com/49wp6s4
Esta no me la pierdo.
http://www.elboomeran.com/blog/1/blog-de-felix-de-azua/
Sí, claro. Dediqué a Chardín una entradilla.
ResponderEliminarLUÍSA DACOSTA (Vila Real, 1924-)
ResponderEliminar"Ali / onde as àguas se abrem / entre brumas e sargaço / [...] farei naufragar meus olhos"
Escrita
Entre campos de água
e leiras de sargaço
na solidão, plancetária, da casa
aro melancolias.
Como se de flores,
e não de espinhos,
se tratasse.
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Quotodiano
As mulheres afadigam-se
a estender a migalha de sargaço
que a nortada trouxe à beirada.
Mesmo à mão, sem graveta.
Interrompo o meu cerzir de escrita
e abarco-as num golpe de olhar.
Longe, num rosal de espumas,
cruzam-se duas traineirinhas:
uma entra, em direcção à Póvoa,
outra sai, rumo ao largo.
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Mar nosso mar
Fímbrias de água, reentrantes,
arfar de ondas e de dunas,
trespassadas de luz
- espuma e ânsia, nossa dos dias.
Mar, espelho de nuvens
e dos luzeiros do céu,
placenta, morrente e crepuscular.
Ligação e hífen
de tudo o que ansiamos
com lágrimas reprimidas
e raivas inconfessadas.
Noite de abismo dos sonhos
- indiciados por vagos navios a perderem-se no longe
e uma teimosia, vertical, de passos
impressos na beirada.
Errata: "Quotodiano", i.e. "Quotidiano"
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