si me tocan tus manos de azucena
te compro un cascabel de mandolinas
me olvido del orgullo y de la pena
y todo lo demás ya son pamplinas
líbrate de vergüenza esa cadena
que cosas del amor hace mezquinas
dame tus labios y tu boca llena
un beso en la nariz luego te inclinas...
adonde voy no existe más que entonces
no se sabe de pena ni templanza
fuego seda humedad temblor ceguera
a un animal que ya no piensa alcanza
animales perdidos barro ce
de el verso el cuerpo cede el tiempo avanza
te compro un cascabel de mandolinas
me olvido del orgullo y de la pena
y todo lo demás ya son pamplinas
líbrate de vergüenza esa cadena
que cosas del amor hace mezquinas
dame tus labios y tu boca llena
un beso en la nariz luego te inclinas...
adonde voy no existe más que entonces
no se sabe de pena ni templanza
fuego seda humedad temblor ceguera
a un animal que ya no piensa alcanza
animales perdidos barro ce
de el verso el cuerpo cede el tiempo avanza
"ESTOU VIVO E ESCREVO SOL" / António Ramos Rosa (Faro, 1924- )
ResponderEliminarA noite chega com todos os seus rebanhos...
A noite chega com todos os seus rebanhos
Uma cidade amadurece nas vertentes do crepúsculo
Há um íman que nos atrai para o interior da montanha.
Os navios deslizam nos estuários do vento.
Alguma coisa ascende de uma região negra.
Alguém escreve sobre os espelhos da sombra.
A passageira da noite vacila como um ser silencioso.
O último pássaro calou-se. As estrelas acenderam-se.
As ondas adormeceram com as cores e as imagens.
As portas subterrâneas têm perfumes silvestres.
Que sedosa e fluida é a água desta noite!
Dir-se-ia que as pedras entendem os meus passos.
Alguém me habita como uma árvore ou um planeta.
Estou perto e estou longe no coração do mundo.
In "A Rosa Esquerda"(1991)
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Estou vivo e escrevo sol
Eu escrevo versos ao meio-dia
e a morte ao sol é uma cabeleira
que passa em fios frescos sobre a minha cara de vivo
Estou vivo e escrevo sol
Se as minhas lágrimas e os meus dentes cantam
no vazio fresco
é porque aboli todas as mentiras
e não sou mais que este momento puro
a coincidência perfeita
no acto de escrever e sol
A vertigem única da verdade em riste
a nulidade de todas as próximas paragens
navego para o cimo
tombo na claridade simples
e os objectos atiram suas faces
e na minha língua o sol trepida
Melhor que beber vinho é mais claro
ser no olhar o próprio olhar
a maraviha é este espaço aberto
a rua
um grito
a grande toalha do silêncio verde
In "Estou vivo e escrevo sol" (1966)