Cuaderno de pantalla que empezó a finales de marzo del año 2010, para hablar de poesía, y que luego se fue extendiendo a todo tipo de actividades y situaciones o bien conectadas (manuscritos, investigación, métrica, bibliotecas, archivos, autores...) o bien más alejadas (árboles, viajes, gentes...) Y finalmente, a todo, que para eso se crearon estos cuadernos.

Amigos, colegas, lectores con los que comparto el cuaderno

martes, 7 de septiembre de 2010

En los jardines del Generalife

de las manos    el agua    se desliza
y deja frío    y    trasparencia deja
saltarina  se siente   que discurre
buscando el manantial   que se la lleva

en umbrías    remansa travesuras
que repican su juego    entre las piedras
al fin    más no podrá    y descenderá
a buscar   las semillas   de la tierra

agua   sin luz     bajo la sombra   canta
agua   que canta    sin saber qué espera
pozo  profundo

nada   se dice
agua   desnuda
bajo la tierra

2 comentarios:

  1. ... LOS JARDINES DE LISBOA...


    DO OUTRO LADO DO RIO

    Do outro lado do rio
    cada voz é um poema.
    Faz o barqueiro um desvio,
    vai-e-vem rema-que-rema,
    ao outro lado do rio.

    Todo o sol, a névoa, a noite
    me condensa esta saudade.
    Nada impede que me afoite,
    em resguardos sem verdade,
    ao outro lado, pela noite.

    Surgem estrelas nas mágoas,
    nas mágoas do meu desterro:
    atravessar estas águas
    e reparar o meu erro
    (o meu erro e as suas mágoas).

    Do outro lado do rio,
    que imenso reino para mim!
    Aqui tenho fome e frio,
    Aqui, para onde vim
    Do outro lado do rio.

    Guardo o sol na minha mão,
    fechado, que mais não tenho.
    Os meus sonhos onde irão,
    sendo eu aqui um estranho,
    com sol fechado na mão?


    Fernanda Botelho (Lisboa, 1926-2007)


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    TEJO

    Aqui e além em Lisboa - quando vamos
    Com pressa ou distraídos pelas ruas
    Ao virar da esquina de súbito avistamos
    Irisado o Tejo:
    Então se tornam
    Leve o nosso corpo e a alma alada.

    Sophia de Mello Breyner

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  2. Conozco esa sensación del río de repente, en LIsboa. Precioso el poemita de Fernando Botelho.

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