lunes, 16 de agosto de 2010

Lugar de huellas escondidas somos...


lugar de huellas escondidas        somos
noche oscura       de voces en silencio
que solamente     si alguien llega    y pasa
resuenan al azar      y dejan versos

versos dejan las voces que nos dicen
y los ojos     que se abren para vernos
lo poco que sabemos      de nosotros
mientras que nos amamos     deja versos

la vida     va inventando las palabras
a través de las ojos y los besos
sin llegar a encontrar     dónde se esconde
lo que sabe decir     lo que yo quiero

y no importa si    al cabo    no se encuentra
que las irán diciendo nuestros cuerpos

2 comentarios:

  1. Piloto automático - 2


    Verde vento que vestes o que resta
    da noite mal gritada em vozes loiras,
    ensina-me a rasgar os precipícios
    de um corpo sem verdade nem mentira
    na poeira do mundo que ainda é
    talvez apenas música, talvez
    respiração dos astros tresloucados
    sem órbita que os olhos iluminem
    no silêncio tão escuro deste céu.
    Verde vento que vestes a manhã,
    ensina-me a falar como quem ouve
    ainda a voz de alguém, o seu segredo
    que a madrugada acende no meu rosto,
    ensina-me a romper o dia claro.


    Fernando Pinto do Amaral (Lisboa, 1960- )

    ResponderEliminar